O Atlético-MG celebrou a inauguração do seu novo estádio com pompa e circunstância, mas o nome que deve adornar a casa do clube ainda está em processo de definição. O MRV, um ex-patrocinador do Flamengo, desempenhou um papel fundamental no apoio financeiro que tornou o estádio uma realidade. No entanto, os naming rights, embora acordados, estão em atraso, levando a uma intrincada história de negociações e detalhes que envolvem Rubens Menin, empresário atleticano e uma das figuras de destaque por trás da marca MRV.
A história começou com uma oferta substancial de R$ 71,8 milhões por parte de Rubens Menin, através da MRV, para os naming rights do estádio pelos próximos dez anos, de 2023 até 2033. Isso equivaleria a R$ 7,180 milhões por ano. O acordo foi aceito pelo Atlético-MG e seus gestores, que incluem o próprio Rubens Menin. No entanto, a marca MRV já estava ligada ao projeto antes mesmo de sua construção física.
Jorge Lopes Cançado, consultor em comunicação, desvendou os detalhes da parceria em sua conta no Twitter, explicando que o Atlético-MG buscava financiamento desde o início da obra do estádio. Eles declararam a necessidade de vender os naming rights no início da construção para usar o dinheiro no próprio projeto. No entanto, o valor foi considerado "baixo" porque nenhuma outra empresa estava disposta a investir milhões em uma ideia quando o estádio ainda não existia.
Foi nesse momento que Rubens Menin entrou em cena. Ele atuou dentro do clube para construir o estádio e forneceu o financiamento por meio de sua empresa, a MRV. No entanto, apesar de saber que o Atlético-MG precisava do dinheiro antecipadamente, Menin propôs pagar o valor parcelado em 10 anos, começando apenas após a inauguração do estádio. Isso criou uma situação única em que ele estava, de certa forma, negociando consigo mesmo, representando tanto o Atlético-MG quanto a MRV.
Além disso, uma terceira entidade entrou na equação: o Banco Inter, que também pertence a Rubens Menin. O Atlético-MG decidiu buscar um banco para antecipar os valores do acordo, e o Banco Inter concordou em pagar R$ 42,5 milhões à vista em troca de todo o valor do contrato de naming rights, que era de R$ 71,8 milhões.
Resumindo, Rubens Menin, através da MRV, ofereceu R$ 71,8 milhões para comprar os naming rights do estádio por 10 anos, na prática, 16 anos. Posteriormente, ele, representando o Atlético-MG, aceitou essa proposta, mas devido à necessidade de pagamento antecipado, conseguiu obter R$ 42,5 milhões à vista do Banco Inter, que também é de sua propriedade.
Esse enredo complexo revela os bastidores das negociações e acordos que tornaram possível o novo estádio do Atlético-MG e ilustra a influência e o comprometimento de Rubens Menin com o clube e sua cidade. Ainda resta a definição do nome que adornará o estádio, mas uma coisa é certa: a MRV e seu fundador, Rubens Menin, deixaram uma marca indelével no coração do Atlético-MG e em sua história.