Em entrevista ao ‘Charla Podcast’, Claudio Pracownik, ex-vice-presidente de finanças na gestão Eduardo Bandeira de Mello, abriu o jogo sobre qual era o nível de dívida do Flamengo na época em que chegou ao clube, em 2013.
Além disso, o ex-dirigente detalhou como foi feito o planejamento do Rubro-Negro naquele período e surpreendeu ao afirmar que, nos bastidores, existia a consciência de que até mesmo um possível rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro poderia acontecer durante o processo de reestruturação do clube - e como tal risco não mudou o projeto.
"Uma coisa era o risco de cair. Não que a gente queria, mas fazia parte do nosso entendimento que isso (rebaixamento) poderia acontecer. A gente sabia que isso podia acontecer em 2013, 2014. Fomos campeões da Copa do Brasil sei lá como, na camisa", começou.
"A gente sempre falava: 'se tiver que cair, nós vamos cair, mas a gente sobe para nunca mais cair'. O que aconteceu com o Cruzeiro foi o contrário. Caiu e foi ficando. Se não tivesse essa possibilidade da SAF, ele lá ficaria para o resto da vida. Depois vai para Série C, Série D e acaba o clube", completou.
Mesmo com a possibilidade de queda no radar internamente, Claudio Pracownik reforçou que o clube seguiu o planejamento e até superou as expectativas iniciais.
"Nós planejamos o Flamengo para 10 anos. Nós atingimos as metas em seis, por causa da grandeza do clube, quantidade de torcida e competência de todos. Mas o fato é que contávamos com essa possibilidade (rebaixamento) e nada disso mudou nossa visão", exaltou.
"Em momentos dramáticos de que podíamos cair, alguém vinha e pedia: contrata fulano de tal, está na Arábia, vai fazer uma porrada de gols". Eu falava: 'amigo, vou chegar em casa e bater a cabeça três vezes de raiva, mas não vou liberar esse dinheiro'. Fizemos um orçamento para ser cumprido. Você acha que eu falava isso feliz? Era um remédio amargo", finalizou Pracownik.